Cenário Atual e Perspectivas do Mercado Imobiliário em Goiás e no Brasil
O mercado imobiliário brasileiro passa por um momento de reestruturação estratégica, marcado pela implementação de novas políticas de crédito e pela manutenção de uma demanda consistente por habitação. Mesmo diante de um cenário macroeconômico desafiador, com taxas de juros em patamares elevados, o setor imobiliário tem demonstrado resiliência, especialmente em regiões de forte expansão urbana, como o estado de Goiás.
De acordo com dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o país registrou, no primeiro trimestre de 2025, um crescimento de 15,7% nas vendas de imóveis residenciais, totalizando mais de 102 mil unidades comercializadas. Paralelamente, os lançamentos apresentaram expansão de 15,1%, reforçando o compromisso das incorporadoras com a continuidade dos projetos, mesmo em ambiente de crédito restrito. A oferta, porém, recuou 4,1%, atingindo 290 mil unidades – o menor volume já registrado desde o início das medições. Esse cenário de redução de estoque indica uma possível pressão futura sobre os preços, caso o ritmo de lançamentos não acompanhe a demanda.
Em Goiás, o desempenho é ainda mais expressivo. Goiânia manteve-se entre os três principais mercados imobiliários do país, com alta de 47% nas vendas durante o primeiro trimestre de 2025, em comparação ao mesmo período do ano anterior. O preço médio do metro quadrado atingiu R$ 10.261, representando uma valorização anual superior a 10% e acumulada de 22% em relação a 2024. Além disso, foram lançadas 2.525 unidades no primeiro trimestre, mais que o dobro do registrado no ano anterior, demonstrando forte confiança do setor construtivo no potencial regional.
No âmbito nacional, o Governo Federal anunciou um novo modelo de crédito imobiliário, com a elevação do teto do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) para R$ 2,25 milhões e a liberação inicial de R$ 36,9 bilhões para financiamentos. A flexibilização gradual das regras de compulsório sobre a poupança habitacional visa ampliar o acesso ao crédito, com foco especial nas classes média e média-alta. Esses ajustes regulatórios têm o potencial de ativar um novo ciclo de expansão, especialmente no segmento de médio padrão e em mercados emergentes, como o goiano.
As projeções para os próximos 12 meses apontam para uma valorização moderada dos imóveis, estimada em 3% a 5%, acompanhada de uma possível redução gradual das taxas de juros. Para o investidor, as cidades de porte médio, com elevado crescimento demográfico e boa infraestrutura, como Goiânia e Aparecida de Goiânia, apresentam-se como oportunidades estratégicas, inclusive no mercado de locação, onde a rentabilidade média local supera 15% ao ano, segundo levantamento MySide.
O mercado imobiliário brasileiro inicia um novo ciclo, menos dependente dos subsídios públicos e mais orientado à eficiência, inovação e segmentação de produtos.
Para o corretor de imóveis, compreender esses movimentos é essencial para orientar clientes com segurança e identificar nichos promissores, principalmente em regiões de expansão urbana e valorização constante, como o eixo metropolitano de Goiás.